Não ao feminicídio – Recuse-se a aceitar menos do que deseja

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Recuse-se a aceitar menos do que deseja l Não ao feminicídio

No vídeo abaixo, Iyanla Vanzant fala sobre problemas comuns nas relações a dois que todos nós enfrentamos e como isso pode levar ao feminicídio. Essa é uma palavra muito em voga nos dias atuais. Alguns podem argumentar dizendo que não existe feminicídio e que assassinato é assassinato não importa quem esteja sendo assassinado. Mas a verdade é que a maioria dos assassinatos de mulheres nos dias de hoje ocorrem por problemas relatados nesse vídeo. Assista e tira suas próprias conclusões.

O que você faz enquanto o amor não vem? Em algum lugar no fundo de sua mente você sabe e espera que chegue o dia em que o relacionamento que você tem agora se torne o grande amor que você sempre esperou. Ou que, um dia, apareça alguém que preencha seu desejo de amor. Porém, a pergunta permanece: o que você vai fazer nesse meio-tempo? O amor é uma coisa engraçada. Ele nos encontra nas circunstâncias mais incomuns, no momento mais improvável. O amor cai de surpresa em cima de você, joga os braços em sua volta e transforma toda a sua existência. Infelizmente, a maioria de nós não reconhece a experiência ou entende o impacto quando está acontecendo. Talvez porque o amor raramente surja nos lugares em que esperamos ou tenha a aparência que imaginamos.

Percebi que não conseguia reconhecer o amor porque, na realidade, nunca o havia visto. É claro que eu tinha uma imagem na cabeça, mas ela não servia mais. Também descobri que o amor é mais do que um sentimento bom. É mais do que se sentir necessário ou ter suas carências preenchidas. Levei trinta anos para perceber que o amor é uma
experiência pessoal e interior de bem-estar total que não combinava com nenhuma das imagens que eu conhecera até então.

O amor, descobri, é ficar quieta o suficiente para sentir o que se passa dentro de você e então aprender a reconhecer e aceitar o que está sentindo.

A verdade é que o amor está dentro de você e que nenhum relacionamento com alguém pode desenterrá-lo e ativá-lo na sua vida. É você quem, primeiro, tem que tomar posse dele.

O que percebo agora é que cada experiência me ensinou um pouco mais a respeito de mim mesma. Veja, existem estágios e níveis no processo. Você aprende um pouco e usa o que aprendeu, mas sempre existe mais para aprender. Você descobre uma coisa e começa a praticar, mas, depois de algum tempo, vai perceber que o que está fazendo
não funciona mais. Essa é a beleza do processo. Ele não nos deixa estagnar.
Ele nos força a crescer, e crescer um pouco mais. Porém, para crescer, temos que trabalhar. E é esse trabalho que precisamos realizar em nós mesmos para chegar ao amor que torna o processo tão desafiante.

Nada nos faz aprender mais a respeito de nós mesmos e da vida do que os relacionamentos. Falo por mim: aprendi a ser muito grata a meus professores/amantes/parceiros pelas lições que me ensinaram a respeito do medo, da raiva e da carência que eram freqüentemente camuflados como amor. Quando aprendi minhas lições e comecei a aplicá-las, minha vida mudou completamente de direção. Não precisava mais fazer coisas para provar que eu era digna de ser amada.
Não tinha mais medo de pedir o que queria por pavor de não conseguir. Não ficava mais com raiva quando as
coisas não saíam do meu jeito. Mais importante ainda, não ficava com raiva com o que eu não conseguia ou não tinha em um relacionamento. Durante o processo, aprendi como cuidar dos meus próprios problemas. O problema de
amar a mim mesma e de ficar emocionada comigo. Aprendi a voar sozinha.

Quando você não está feliz onde está e não tem muita certeza se quer sair, ou como sair, encontra-se no meio-tempo. Fica se segurando, com medo de cair, sem querer se machucar, com medo de machucar a outra pessoa. Reza para que a outra pessoa vá embora primeiro para você não arcar com a culpa.

A outra pessoa vive dando dicas, dizendo que é hora de desistir. Você nega! Por quê? Você não sabe por quê, mas, como já disse, o meio-tempo é assim mesmo, cheio de não sei e não posso. Não sei por que não posso ir. Não sei por que devo ficar. Não sei para onde estou indo. Não sei como vou chegar lá, onde quer que seja. Ambivalência, confusão, relutância e paralisia são características do meio-tempo. Se você soubesse a resposta para essas
perguntas, estaria tudo bem. No meio-tempo você sente muitas coisas, mas certamente não se sente bem.

Deixamos que pequenos insultos se tornem fúrias, pequenas discussões se tornem disputas acirradas, pequenas dores se tornem ferimentos profundos, e continuamos indo em frente, sem parar. Em muitos casos, continuamos a sofrer.

Como posso ficar e não me machucar? Como posso ir embora sem machucar a outra pessoa? Você não consegue responder a essas perguntas quando está sofrendo. Se conseguíssemos manter o amor por nós mesmos e
pelo outro através de uma comunicação honesta e consciente, os desentendimentos, obstáculos ou dificuldades do relacionamento serviriam para nos fortalecer. Quando não conseguimos, praticamos o pior comportamento do meio-tempo: machucando, brigando, omitindo a verdade e indo em frente completamente confusos. Confusão gera confusão.

Infelizmente, achamos que podemos nos unir a outras pessoas antes de nos unirmos a nós mesmos. Isso é absolutamente impossível. Você não irá receber amor de fora enquanto não for amor por dentro.

A única coisa de que precisamos é amor. O amor é nossa paz. O amor é nossa alegria, saúde e riqueza. O amor é nossa identidade. Entramos em um relacionamento procurando o amor, sem perceber que já temos que
trazer o amor conosco. Temos que saber quem somos, o que queremos, o que valemos. Temos que levar para o relacionamento entusiasmo e respeito por nós mesmos e por nossas vidas. Se conseguirmos fazer isso
razoavelmente, poderemos entrar nos relacionamentos dispostos a compartilhar o que possuímos, em vez de temer que alguém nos roube.

Compartilhar com alegria, respeito e entusiasmo. É disso que é feito o amor. Quando trazemos essas coisas para um relacionamento, o amor se torna um grande multiplicador e intensifica a experiência da vida. Quando ainda não
temos essas coisas, a procura pelo amor nos faz passar por experiências que precisamos ter para descobrir o que é verdadeiro em relação ao amor, e o que não é. Esse processo de descoberta é o que eu chamo de meio-tempo.
Entramos nos relacionamentos procurando pelo amor, esperando que alguém nos ame ou nos aceite amorosamente. Isso acontece porque todos nascemos para expressar e receber amor. Queremos tanto receber amor e aceitação que às vezes somos capazes de fazer qualquer coisa para consegui-los.

Quebramos as regras do amor. Não respeitamos a casa do amor. Permitimos que as pessoas entrem, fiquem, se mudem, vivam em nossas vidas de maneiras que não têm nada a ver com o amor. O que não conseguimos entender é que, enquanto não conseguirmos viver em harmonia com nós mesmos, haverá em nós um vazio se tornando maior, mais fundo e mais doloroso.

Quer estejamos no meio de um divórcio, separação, rompimento ou de uma discussão violenta, a coisa mais amorosa que podemos fazer por nós mesmos é não ceder à tentação de culpar a outra pessoa pelo que estamos sentindo. Somos nós! Somos nós! Sei que não é fácil de engolir. Sei, porque tive que engolir várias vezes! Mais cedo ou mais tarde, todos temos que aceitar o fato de que, em um relacionamento, a única pessoa com a qual estamos lidando somos nós mesmos. Nosso parceiro não faz nada além de nos revelar o que sente. Seu medo! Sua raiva! Sua forma de agir! Suas loucuras! Enquanto insistirmos em apontar o dedo para ele, continuaremos a perder a oportunidade de nos livrarmos de nossos problemas.

Aqui vai uma preciosa dica: amamos nos outros o que amamos em nós mesmos. Rejeitamos nos outros aquilo de que não gostamos, mas não conseguimos ver em nós mesmos. Freqüentemente, quando uma relação vai mal, ficamos
cegos ou resistentes em relação aos nossos próprios problemas, fazendo um esforço extraordinário para descarregar tudo na outra pessoa.

Agora preste atenção no que vou dizer: por mais absurdo que pareça, a pessoa que fica para brigar conosco (isto não significa briga física) normalmente é a que realmente nos ama. Nos ama e está disposta a lidar conosco e com nossos problemas porque deseja investir no fortalecimento mútuo.

Todos os relacionamentos são o relacionamento de que precisamos naquele momento. Tudo o que fazemos
em todos os relacionamentos que temos nos prepara para a grande experiência de amor total e incondicional por nós mesmos e pelos outros e nos aproxima dela.

O importante é resistir à tentação e à armadilha de pensar que todo relacionamento tem que ser o relacionamento que dura para todo o sempre, amém. Lembre-se de que estamos sendo preparados para algo melhor ou protegidos de algo pior.

Se o que você está fazendo não está funcionando, mude de ideia! Mude o piso, as cortinas, o papel de parede, toda a decoração da sua mente. Para fazer isso questione e, se for preciso, renuncie a tudo que um dia pensou ser verdade – verdade a seu respeito e verdade a respeito do amor.

Uma palavra de precaução: a renúncia funciona melhor quando é usada junto com o perdão. Disponha-se a ouvir coisas desagradáveis e desconfortáveis. Estamos mais do que equipados para lidar com qualquer situação quando nos mantemos conscientes da renúncia e do perdão. Sabe por quê? Porque não precisamos mais estar certos. Nosso único objetivo será viver, amar e ser feliz. Nossos caquinhos serão colados pelo amor. Nossa mente dilacerada
será curada pelo amor. Nossa casa será arrumada pelo amor. Agora sabemos que esconder-se, evitar, julgar, fechar-se e viver com medo não torna ninguém feliz. E, como desejamos o amor, faremos uma escolha: não repetir
essas coisas.

Você tem que aprender que amar a si é a única coisa importante. Quando você se ama, pode amar a todos e a
qualquer um. Isso não quer dizer que as pessoas não irão enfurecer-nos. Irão, sem dúvida, mas você deve aprender a maneira de não se enfurecer e de amar as pessoas mesmo quando sente raiva. Nesta parte da viagem, a tentação de desistir aparecerá muitas vezes. Você vai querer reclamar, emburrar, voltar a fazer as coisas do seu jeito. Tenha paciência, isso vai passar. Haverá momentos em que seu equipamento parecerá precário. Mas tenha certeza de que você chega lá! Irá rever os passos que deu e comemorar o quanto andou.

Você aprendeu o que fazer e o está fazendo de uma maneira diferente. As pessoas não vão ficar felizes com isso!
Gostavam do velho você, do você previsível, do você histérico. Agora você está tentando ser diferente, e as pessoas não vão gostar!

Renunciar, por exemplo, agora significa que você é capaz de abrir mão de todos os relacionamentos que possui. É isso mesmo! Todos os relacionamentos que se baseiam no padrão antigo têm que ser mudados, transformados ou liberados.

As atitudes e o comportamento que um dia ocuparam a sua vida, transformando-a numa produção dramática, não valem mais seu esforço e energia. Este será provavelmente o momento mais difícil, pois é aqui que o seu antigo eu irá desafiar o seu novo eu. Isso é chamado de conflito interno. Mas não se preocupe! Você saberá exatamente o que fazer.

Para mudar sua consciência e atingir a paz do amor incondicional, só existe um meio: criar novas expectativas amorosas baseadas na honra, no respeito e no apoio. Honre o que você sente, acreditando que pode ter o que
deseja. Respeite o ponto em que você está na vida, entendendo que irá progredir quando tiver completado a etapa. Apoie-se, ao se recusar a aceitar menos do que deseja. Esta é a sua base — o que você faz e como se trata.
Para estabelecê-la, você deve criar reações novas para os desafios da vida, baseadas no amor. Procure sempre fazer suas escolhas da forma que mais respeite seu amor-próprio.

Os ingredientes apropriados devem estar presentes no início de um relacionamento. Caso contrário, acrescentar mais coisas depois pode piorar tudo. Se quer saber o final, olhe para o começo! Raramente funciona acrescentar um bebê a um relacionamento ruim, ou mudar para outro bairro. Ganhar mais dinheiro não reconcilia relacionamentos irreconciliáveis. Comprar uma casa nova melhora muito pouco a comunicação. Quando os problemas se encontram na raiz do relacionamento, acrescentar alguma coisa é como colocar um band-aid em um câncer. Pode até dar a impressão de que as coisas estão melhores, mas um band-aid não cura um câncer! Disfarces não tratam das questões fundamentais de um mau relacionamento. A única forma de consertar um relacionamento amargo é admitir que está faltando algo essencial e dispor-se a descobrir qual é esse ingrediente. Devemos rever nossos passos lembrando do que fizemos ou deixamos de fazer. Quando descobrirmos o que está faltando, pode ser que tenhamos de raspar o fundo do tacho e começar de novo.

Se estamos sentindo que não podemos ter o que queremos, a tendência é tratar os outros com raiva ou ressentimento. Se achamos que o que queremos é errado ou que estamos errados por querê-lo, podemos agir movidos pelo medo — medo de sermos descobertos.

Em qualquer relacionamento, o que sentimos a respeito do que queremos irá determinar a qualidade de nossas reações. Em um nível muito íntimo e pessoal, esses sentimentos nos ajudam a definir nossos limites e a
determinar a maneira de deixar que os outros nos tratem e de como trataremos os outros. Quando um relacionamento se torna ruim ou se desintegra, devemos nos examinar fazendo perguntas. Essa é a única forma
de garantir que não iremos nos perder no meio do processo.

Yianla Vanzant – texto extraído do livro “Enquanto o amor não vem

 

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